Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra. Um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e, na maior alegria, acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta a casa.
A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava a correr todo animado atrás dos mais íntimos para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao seu posto de espera.
O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando àquela hora ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias. Todos os dias.
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina, com o focinho sempre voltado para aquela direção.
Autoria de Lygia Fagundes Teles
10 comentários:
Olha...ainda estou com as lágrimas a escorrer pelas faces. Sim, tenho 2 cães e sei como eles são fieis...Sei que qualquer um dos meus teria essa atitude, por isso me comovi.
Vim te agradecer teu elogio ao meu poema. Fiquei toda "derretida"- assim vale a pena a gente escrever...e publicar!
OBRIGADA às duas.
Bj
Isabel /BShell
...e à Ariel uma "festinha" entre as orelhas....ou no queixo...conforme ela gostar mais: dá por mim, sim?
Bj
Lindo e tocante texto.um beijo,linda semana e hoje aqui, despedidas,Pena,voou!!!chica
Que lindo fazer um blogue de homenagem
a uma cadelinha, linda, e que
história tão comovente aqui nos
deixou. Obrigada por isso.
Um beijinho
Irene Alves
Bom dia vó.
Amei essa lição de amizade infinita.O cão leal no amor ao seu dono... Cada lição de vida , da sua maneira nos emociona tão profundamente.
Beijo vozinha.
Ola querida Leninha,
apenas um cão é capaz de tanta lealdade. Leia esta história me tocou muito, pensar que algumas pessoas abusam de aos cães, como puede ser??? Seu amor é o mais puro de todos.
Um gramde abrazo.
Boa noite vó.
Obrigada pelo carinho, que sinto em cada palavra.
Você é maravilhosa e eu te adoro.
Fica com Deus.
Beijo
Ah que fidelidade exemplar Leninha
muito lindo .
Emociona de verdade.O cão é mesmo um amigo fiel.
Pena nao poder ter um ,contento-me com prazer por poder ter uma gatinha ,ela é silenciosa e pode viver em apartamento, privo-a de lugares altos e festa ao ar livre mas dou-lhe carinho e a segurança que os gatos precisam porque são sempre muito maltratados. hehehe
beijinhos Leninha
obrigada da partilha boa.
Ai,que triste!Parece aquele filme: Sempre ao teu lado!É de levar um lençol!...rss...bjs e meu carinho!
Volto para desejar um bom FDS
Bj
Bshell
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